“Marina – A Vida Por Uma Causa” – Marília de Camargo César
“Pai, quero ir para a cidade. Quero me tratar. Quero estudar”.
Essa é a aventura de uma das maiores líderes políticas e ambientalistas brasileiras, Marina Silva. Nascida em 1958, no seio da Floresta Amazônica, no Acre, em um barraco de estuco, coberto de palha de palmeira, no Seringal Bagaço, a 70 km da capital Rio Branco. Tanto ela quanto seu irmão e cinco irmãs, desde pequenos, levantavam cedo para a labuta diária, ajudar no roçado, nos afazeres domésticos e no corte e na colheita do látex, junto com os demais seringueiros da região. Trabalho semiescravo, onde faltava quase tudo e sobrava malária, hepatite, picada de cobra, desnutrição e morte.
Aos 16 anos, muito doente e já tendo tido vitimada seis vezes pela malária, Marina comunicou aos pais e a sua avó materna, Júlia, com quem morava, que queria ir para a capital para se tratar e estudar. Em Rio Branco, foi condenada pelos médicos. Estava com hepatite em grau muito avançado e sua recuperação seria um milagre. Marina confiou no milagre. Começa, então sua ascensão, ou ressureição. A primeira coisa que ela fez foi entrar um uma escola pública para ser alfabetizada e três anos depois, continuava viva e iniciava o supletivo. Próximo passo, a faculdade e sua vida ganhou contornos inesperados. Parceira política de Chico Mendes, se dedicou à conquista dos direitos daqueles que tiram da floresta seu sustento e lutam por sua preservação. Vereadora, deputada estadual e senadora, Marina Silva foi Ministra do Meio Ambiente e duas vezes candidata à presidência da república. Recebeu reconhecimento internacional e muitas premiações, mas tudo começou com uma decisão em um momento de reflexão e oração. “Pai, quero ir para a cidade. Quero me tratar. Quero estudar”.
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